O Tesouro Direto é uma das primeiras aplicações que os investidores conhecem, apesar de ser inicial você sabia que existem regras que se não forem seguidas você perde dinheiro?

Além disso, são diversas modalidades existentes, cada uma mais adequada a um objetivo específico. Cabe ao investidor escolher qual faz mais sentido para o seu perfil e momento.

As modalidades existentes são:

  • Tesouro Direto SELIC
  • Tesouro Direto IPCA
  • Tesouro Direto Prefixado

Aqui vou abordar todas as modalidades, mas antes o que é o Tesouro Direto? Para o que serve? O que ele tem de diferente em relação às outras aplicações?

O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é um programa do Governo Federal brasileiro lançado em janeiro de 2002 onde os brasileiros podem emprestar dinheiro ao Tesouro Nacional.

Este dinheiro é usado para financiar projetos públicos, de educação, infraestrutura, saúde ou outras áreas dentro do Governo.

O Tesouro Direto funciona no formato de títulos. Quando você faz o investimento você está comprando um título da dívida do Governo brasileiro. Esse título tem um valor e você deve pagar exatamente esse valor.

Por isso só é possível investir com múltiplos do valor do título. Na verdade é possível comprar uma fração do título.

Imagine que o título do Tesouro Direto hoje custa R$ 10.000. Pelas regras do programa é possível comprar frações de 0,01 então, nesse exemplo, o valor da fração é de R$ 100.

Assim você pode comprar frações do título, mas nunca um valor inferior a esse. No exemplo, é possível investir R$ 100 comprando uma fração do título, R$ 200 comprando duas frações, R$ 300 comprando três frações e assim por diante. Não é possível investir R$ 50 ou R$ 150 nesse título, apenas múltiplos da fração que, nesse caso, é de R$ 100.

Dessa forma, quando você investir no Tesouro Direto você receberá títulos do Governo. E o Governo se compromete a recomprar esse título de você na data de vencimento acordada pelo valor combinado.

Por isso o risco de não receber o valor combinado é baixa porque é o Governo que está se comprometendo a te pagar. Apesar de existir a possibilidade de calote do Governo, ela é baixa.

Como última alternativa, o Governo poderia até imprimir mais dinheiro e pagar os investidores. Ele dificilmente faria isso porque existem implicações para a economia (como inflação).

Tesouro Direto: a forma certa de fazer seus investimentos

Em um caos financeiro qual é a última instituição a quebrar? O Governo! Até mesmo o banco quebraria antes, por isso é comum dizer que o Tesouro Direto é a aplicação mais segura do país. É o Governo que está se comprometendo a te pagar.

Quando você comprar um título do Tesouro Direto as regras serão estabelecidas antes da conclusão da compra. Assim você saberá antes de finalizar o investimento quando o Governo irá recomprar o título e a qual valor. A data de recompra é chamada de data de vencimento.

Na verdade, talvez você não saiba o valor exato, isso depende da modalidade. Mas você saberá qual é a regra de rentabilidade do título em questão. O valor da rentabilidade é sempre ao ano, ou seja, em um ano a aplicação renderia esse valor.

Além disso cada modalidade também tem uma regra caso você queira vender o título antes da data de vencimento.

É importante destacar que a data de vencimento é obrigatória. Então neste dia o Governo irá te pagar e pegar os títulos de volta.

Modalidades

Apesar de existirem várias modalidades todas vão para o mesmo lugar: Tesouro Nacional. As modalidades existem porque são diferentes tipos de perfis e cada investidor prefere um tipo de situação ou está em um momento mais adequado para aquele perfil.

Ainda assim, todos funcionam da mesma forma, ou seja, são títulos que são comprados e o Governo se compromete a recomprá-los em uma data específica com um valor específico por título.

Você pode ver todas as modalidades e valores atualizados do Tesouro Direto aqui. Cada uma dessas modalidades usam regras e indicadores financeiros diferentes para cálculo da rentabilidade do investimento.

Tesouro Direto SELIC

O Tesouro Direto SELIC é uma das modalidades mais conhecidas. A principal razão disso é que ele é a principal alternativa à poupança.

Essa modalidade rende o valor referente à taxa SELIC, ou quase isso…

Tesouro Direto SELIC

Antes de falar sobre o investimento preciso passar brevemente pela taxa SELIC. Ela é a taxa básica de juros do Brasil, seu valor é definido a cada 40 dias aproximadamente pelo Comitê de Política Monetária (COPOM).

Quando a taxa SELIC é divulgada, a taxa que é veiculada é a taxa SELIC Meta, mas o Tesouro Direto SELIC usa a taxa SELIC Over que é um pouco inferior à anterior. Neste momento, o valor da taxa SELIC (Meta) é de 3,75% ao ano e a taxa SELIC Over é de 3,65% ao ano.

Agora, à aplicação!

Como a taxa SELIC é revista frequentemente e pode ser alterada a rentabilidade da aplicação também é alterada. Note que o Tesouro Direto SELIC rende a taxa SELIC do momento.

Assim se quando você fizer o investimento a taxa SELIC Over for de 6% a aplicação irá render este valor. Agora se a taxa for alterada para 5% a aplicação passará a render este novo valor.

A característica que faz o Tesouro Direto SELIC ser tão parecido com a poupança é porque possui a liquidez diária. Ou seja, todo o dia o título vai ganhando valor.

Assim se você precisar sacar o valor consegue resgatar exatamente quanto rendeu a taxa SELIC durante o período que ficou com o título. Os outros títulos não têm essa característica.

Viu como é importante estudar os investimentos antes de sair aplicando? Bem, voltando…

Lembra que disse que o Tesouro Direto é um título e que o Governo se compromete a recomprá-lo em uma determinada data? Isso também existe aqui, mas o Governo também se compromete a comprar o título a qualquer momento (de acordo com a SELIC) com a rentabilidade do período.

O prazo para pagamento dos resgates é de D+1. Ou seja, no dia útil seguinte da solicitação do resgate o valor estará disponível na conta da corretora. Nas próximas seções terão mais informações sobre corretoras.

É por conta dessa segurança e graças a liquidez diária que o Tesouro Direto SELIC é um dos investimentos recomendados para a reserva de emergência.

Dessa forma o título tem um valor de compra e um valor de venda. O valor de compra é quanto você paga por ele ao investir e o valor de venda é o valor que recebe ao resgatar o investimento. Existe uma diferença entre esses valores, essa diferença é chamada de spred.

Por exemplo, se para investir o valor de compra do título é de R$ 100 então o valor de venda é de R$ 98. Esses R$ 2 de diferença é o spred.

Assim se você comprar um título do Tesouro Direto e vendê-lo na sequencia você vai perder dinheiro. Isso porque o valor de venda é inferior ao valor de compra.

Acontece que ao longo dos dias esses valores vão aumentando pouco a pouco. Assim, no mesmo exemplo, depois de alguns dias o valor de venda vai ser R$ 100 e vai continuar aumentando ao longo do tempo. E é nesse momento que seu investimento começa a te fazer ganhar dinheiro.

Comparação com a poupança

Os educadores financeiros dizem para quem tem dinheiro na poupança tirar agora de lá e colocar no Tesouro Direto SELIC. Mas porquê?…

Porque os dois são muito parecidos, mas o Tesouro Direto SELIC tem vantagem sob vários aspectos.

O primeiro é a segurança. Quem garante a segurança da poupança é o banco, já do Tesouro Direto é o Governo. Como já foi dito o Governo é mais seguro do que qualquer banco (mesmo com a proteção do FGC); vantagem para o Tesouro Direto.

Comparação do Tesouro Direto SELIC com a poupança

O segundo aspecto é a rentabilidade. O Tesouro Direto rende 100% da taxa SELIC, enquanto a poupança rende apenas 70%.

Aqui, entretanto, é importante destacar que para depósitos na poupança de antes de 3 de maio de 2012 a regra é um pouco diferente e, sob algumas condições pode ter vantagem em relação ao Tesouro Direto SELIC. Mas para depósitos depois dessa data não.

O terceiro aspecto é a liquidez. O Tesouro Direto tem liquidez diária: todo o dia a aplicação aumenta de valor um pouco. Já a poupança tem liquidez mensal, apenas no aniversário de depósito (que acontece uma vez por mês) que o valor do período é disponibilizado. Se você sacar um dia antes do aniversário perde o direito do lucro do mês.

O último aspecto é o prazo de pagamento. Enquanto o Tesouro Direto SELIC tem prazo de D+1, as poupanças, em geral, têm prazo imediato. Ou seja, no mesmo momento que o resgate for solicitado ele será disponibilizado na conta. Vantagem para a poupança.

Com quatro aspectos analisados o Tesouro Direto SELIC ganhou três. Por isso que os educadores financeiros são tão incisivos da vantagem do Tesouro Direto SELIC frente à poupança.

Tesouro Direto IPCA

O Tesouro Direto IPCA é uma modalidade que tem a rentabilidade definida como um valor em cima do IPCA.

O IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor e tem como principal função calcular a inflação do Brasil. Este índice é calculado pelo IBGE e é o índice oficial da inflação do país.

A rentabilidade do investimento é definido pelo IPCA mais uma taxa. Por exemplo, se o IPCA tem o valor de 4,15% e a rentabilidade da aplicação é de IPCA + 3,89% então a rentabilidade final é de 8,04% ao ano.

Em geral, existem algumas opções de Tesouro Direto IPCA. Cada uma com rentabilidade e data de vencimento diferentes. Hoje, por exemplo, existem as seguintes opções:

  • IPCA 2026: IPCA + 3,58% ao ano
  • IPCA 2035: IPCA + 4,72% ao ano
  • IPCA 2045: IPCA + 4,72% ao ano

A data ao lado do “IPCA” é a o ano que a aplicação irá vencer. Está assim para facilitar a visualização, mas todas as aplicações vencem em uma data específica. O IPCA 2026, por exemplo, vence dia 15/08/2026.

Note que a opção mais longa tem rentabilidade maior. Esse tipo de comportamento é comum nos investimentos. Se você está disposto a deixar um investimento por mais tempo então deve exigir um prêmio maior, é justo.

É importante saber que a taxa fixa que compõe a rentabilidade final muda constantemente ao longo do tempo para novos investimentos, mas uma vez que o investimento seja contratado ela será a mesma até o final.

Assim como no item anterior, a rentabilidade final do Tesouro Direto IPCA muda conforme o IPCA é alterado.

Se você precisar vender esse título o Governo irá recomprá-lo, mas não há garantias. Basicamente o Governo irá pagar o valor que ele acha que deve pagar. Nessa operação você pode ganhar dinheiro ou perder, depende do momento.

Esta operação é chamada resgate antecipado e apesar de não ser muito complexo tem alguns detalhes. Assim só invista no Tesouro Direto IPCA se você tiver certeza que não irá precisar desse dinheiro antes do vencimento do título.

Tesouro Direto IPCA com juros semestrais

O Tesouro Direto IPCA com juros semestrais é um subgrupo do Tesouro Direto IPCA. Assim, ele segue as mesmas regras do Tesouro Direto IPCA, mas tem uma diferença no pagamento dos juros.

Tesouro Direto IPCA

Nessa modalidade, a cada 6 meses o Governo paga ao investidor os juros do período. Note que o valor investido continua na aplicação, apenas os rendimentos do período que é resgatado.

Essa modalidade é interessante, por exemplo, para quem está aposentado. Nesse cenário, a pessoa precisa de dinheiro de tempos em tempos e a cada 6 meses o valor dos juros é pago. O valor investido continua rendendo para o próximo período até o vencimento da aplicação.

Existem três opções de Tesouro Direto IPCA com juros semestrais, neste momento são essas que estão disponíveis:

  • IPCA 2030: IPCA + 4,08% ao ano
  • IPCA 2040: IPCA + 4,66% ao ano
  • IPCA 2055: IPCA + 4,79% ao ano

Tesouro Direto Prefixado

O Tesouro Direto Prefixado é o mais simples em questão de rentabilidade. Como o próprio nome já diz, ele é prefixado. Ou seja, no momento da aplicação a taxa exata que o título irá render é acertado.

Existem algumas opções de aplicações, cada uma com uma data de vencimento e taxas específicas. Neste momento:

  • Prefixado 2023: 5,53% ao ano
  • Prefixado 2026: 7,75% ao ano
  • Prefixado com juros semestrais 2031: 8,43% ao ano

Note que essas aplicações seguem a mesma lógica do Tesouro Direto IPCA: quanto mais longe a data de vencimento, maior é a taxa de juros.

Outro detalhe é que, assim como o Tesouro Direto IPCA, no prefixado também existe a opção de pagamento de juros semestrais. E a lógica dela é a mesma da anterior, mas seguindo as regras do Tesouro Direto Prefixado.

O Governo garante que se o título ficar com você até a data de vencimento o valor exato da rentabilidade será pago. Se você precisar vender antes não há como garantir qual será o valor, assim como no Tesouro Direto IPCA, você pode ganhar ou perder dinheiro.

Novamente, se você precisar do dinheiro antes da data de vencimento não invista nesta modalidade.

Taxas e impostos

Como nada é perfeito, toda pessoa física que investe no Tesouro Direto deve pagar taxas e impostos. Existem taxas obrigatórias e taxas que podem ser evitadas.

Assim como várias aplicações de renda fixa, quem investe no Tesouro Direto deve pagar imposto de renda (IR). A alíquota do imposto é variável de acordo com o tempo que você manteve o investimento:

  • De 0 a 180 dias: 22,5%
  • De 181 a 360 dias: 20%
  • De 361 a 720 dias: 17,5%
  • Mais de 721 dias: 15%

Perceba que quanto mais tempo você mantiver o investimento menos imposto deverá pagar. Esse esquema de cálculo de imposto é chamado de Tabela Regressiva do Imposto de Renda.

Independente da alíquota, o imposto é sempre calculado sobre a rentabilidade da aplicação.

Por exemplo, se você investiu R$ 100 e depois de 400 dias resgatou o valor bruto de R$ 110 então a alíquota deve ser de 17,5%. O imposto é calculado sobre o valor de R$ 10, que é o lucro do investimento: R$ 10 * 17,5% = R$ 1,75. Assim o valor do imposto é de R$ 1,75 e o valor líquido resgatado é R$ 108,25 (R$ 110 – R$ 1,75).

Outro imposto que pode incidir sobre o Tesouro Direto é o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras). Assim como em outras aplicações de renda fixa, o IOF só é cobrado quando um valor é aplicado e resgatado em menos de um mês.

De forma semelhante, o IOF tem uma tabela regressiva. Se, por exemplo, você resgatar um investimento um dia após a aplicação, o IOF é de 96% sobre o lucro. Esse valor vai diminuindo até que no 30º dia é zerado.

Assim, você consegue facilmente evitar de pagar esse imposto. Basta esperar pelo menos um mês para resgatar qualquer aplicação que você tenha feito.

Uma taxa obrigatória que você deve pagar é a taxa de custódia. Essa taxa é cobrada pela B3, que é a responsável por gerenciar todo o valor investido no Tesouro Direto.

Essa taxa é de 0,2% ao ano sobre o valor total investido. Ela é cobrada em duas vezes, no primeiro dia útil de janeiro e no primeiro dia útil de julho, de forma proporcional.

É importante destacar que a taxa não é descontada automaticamente do valor investido na aplicação. Ela é cobrada como um débito na conta da sua corretora, por isso nessas datas é importante ter saldo para que você não fique com a conta negativa.

Por fim, existe uma outra taxa que pode ser cobrada: a taxa da corretora. Essa taxa, como o nome já diz, é cobrada pela corretora para fazer as suas operações. O valor das taxas é de cada corretora, não existem regras gerais.

O detalhe é que em muitas corretoras essa taxa é zero, então se você escolher bem, não pagará nada aqui.

Taxas e impostos do Tesouro Direto

Isenção da taxa de custódia

No dia 23 de julho de 2020, o Tesouro Nacional e a B3 anunciaram que a partir de 01 de agosto (deste mesmo ano) a taxa de custódia será zerada para o investimento em Tesouro Direto SELIC até R$ 10 mil.

Ou seja, todos os investimento de até 10 mil reais no Tesouro Direto SELIC não pagarão mais a taxa de custódia. Mas atenção, essa isenção acontece apenas para os investimentos especificamente no Tesouro Direto SELIC e apenas até R$ 10 mil.

Caso você tenha mais que R$ 10 mil investidos, será cobrada a diferença entre o que você tem investido e os 10 mil reais para cálculo da taxa de custódia.

Por exemplo, se você tiver R$ 11 mil investidos, então sua taxa de custódia será em cima de R$ 1 mil (R$ 11 mil – R$ 10 mil). O Tesouro Nacional traçou três cenários para exemplificar esta nova regra.

Isenção da taxa de custódia (Fonte: Tesouro Nacional)

Segundo o Tesouro Direto, 53% dos investidores tem menos de 10 mil reais investidos. Por isso, a maior parte da base será beneficiada com essa mudança.

Precisa de corretora?

Sim! Precisa de corretora de valores. É a ela que faz a ponte entre você e o Tesouro Direto.

Para quem não tem conta em corretora esse passo pode ser assustador e difícil, mas na verdade é bem fácil, rápido e barato. Você pode abrir sua conta na corretora de graça, é necessário um processo de envio de documentação, mas é tudo bem explicado e direto.

A partir do momento que a sua conta está aberta você deve enviar o dinheiro para a corretora. Basicamente você precisa fazer uma transferência para uma conta bancária que a corretora vai te informar. Assim que a transferência for concluída então o dinheiro estará disponível na sua conta da corretora.

A partir daí é só investir. Escolhendo o produto que você quer e confirmando a corretora vai fazer tudo para você. Ela vai fazer o débito na sua conta, enviar o dinheiro para o Tesouro Direto, receber e gerenciar o título.

Então é só ir acompanhando seu investimento pelo painel da corretora. Pela própria corretora você também pode solicitar resgates ou fazer novos aportes.

Você pode ter várias contas em corretoras e investir de várias delas no Tesouro Direto. O dinheiro do investimento vai tudo para o mesmo lugar, mas podem ter origens diferentes.

O Tesouro Direto tem um portal que você também pode acompanhar todos os seus investimentos de forma consolidada, é o Painel do Investidor: https://portalinvestidor.tesourodireto.com.br/

Fazendo a ligação com o item anterior, a taxa da B3 será cobrada nessa sua conta da corretora. Então você precisa ter um dinheiro lá para que não fique negativo e nem tenha algum tipo de problema.

Mas a corretora é segura?

Fique tranquilo, como disse anteriormente, a corretora é uma ponte entre você e o Tesouro Direto. O dinheiro não fica na corretora.

Independente da corretora, seu dinheiro estará no sistema do Tesouro Direto que usa a B3 para fazer esse gerenciamento. E esse valor está associado ao seu CPF.

Então se algo acontecer com a corretora você irá indicar uma nova corretora para ser a nova ponte entre você e o Tesouro Direto.

É só importante garantir que a corretora está fazendo o procedimento correto enviando o dinheiro do investimento para o programa. Então se estiver tudo certo no seu painel do investidor você pode ficar tranquilo.

O melhor investimento

É comum investidores iniciantes perguntarem: qual é o melhor investimento? E a resposta, como sempre, é depende!

Os investidores podem ficar em dúvida de em qual modalidade do Tesouro Direto investir e em relação a outros produtos.

Como escolher a melhor modalidade

Primeiro, depende do seu objetivo. Se você pode precisar do dinheiro a qualquer momento ou você não se sente confortável em deixar o dinheiro preso por muito tempo então o melhor caminho é o Tesouro Direto SELIC.

Como o Tesouro Direto SELIC tem a garantia de liquidez diária então você sempre estará garantido em linha com a taxa SELIC. Não correrá risco de ter uma rentabilidade menor se o momento de resgate for desfavorável.

Agora, se você pode deixar o dinheiro investido por mais tempo o Tesouro Direto IPCA ou Prefixado é a melhor opção para você. Isso porque eles têm uma rentabilidade maior.

Agora para escolher entre o Tesouro Direto IPCA e Prefixado você precisa fazer uma análise da economia em geral.

O Tesouro Direto IPCA possui uma variação na sua rentabilidade: o IPCA. Então quanto maior o IPCA (inflação), maior será a rentabilidade da aplicação. Se você acredita que essa taxa irá aumentar no futuro então o Tesouro Direto IPCA pode ser uma boa opção.

Já o Tesouro Direto Prefixado não varia de forma alguma, ou seja, independente do que aconteça com a economia a rentabilidade será a mesma da contratada. Assim, se você acredita que as taxas da economia irão cair então com o Prefixado você garante uma boa taxa que não será alterada.

Qual rende mais?

Bem, depende das taxas do momento, mas é seguro dizer que as opções mais rentáveis são o Tesouro Direto IPCA e Prefixado. E também as aplicações com data de vencimento mais longas são as que rendem mais.

Qual aplicação rende mais?

Em comparação a outros produtos

Como sempre, é necessário comparar os prós e contras das aplicações disponíveis. É necessário levar em conta alguns pontos ao comparar aplicações:

  • Segurança
  • Rentabilidade
  • Liquidez
  • Taxas e impostos

Em relação as taxas o Tesouro Direto tem uma desvantagem: a taxa de custódia. Por menor que seja, não é comum que outras aplicações tenham essa taxa. Isso faz com que o valor líquido final do investimento seja menor.

Já em relação a segurança, o Tesouro Direto leva vantagem em relação a todas as outras aplicações nacionais. Afinal, o Tesouro Direto é o mais seguro do país.

Agora, os outros itens devem ser analisados caso a caso comparando as aplicações disponíveis e levando em conta o momento e o perfil do investidor.

Um conhecimento importante que é necessário ter ao fazer essa comparação é o seguinte: várias aplicações utilizam o CDI como parâmetro para definir a rentabilidade da aplicação. A taxa SELIC Over (utilizada no Tesouro Direto SELIC) é muito próximo – às vezes até igual – ao CDI.

Oscilação do Tesouro Direto

O Tesouro Direto faz parte da renda fixa, então se é fixa por quê varia?

A questão é que a renda fixa é chamada assim porque no momento da aplicação é possível saber qual será a rentabilidade exata do investimento, mas isso não quer dizer que essa rentabilidade será mantida durante todo o período.

Lembra que o Tesouro Direto SELIC e o IPCA têm uma rentabilidade baseada na taxa SELIC e no IPCA? Pois bem, se essas taxas variarem então a rentabilidade também irá variar.

Já no Tesouro Direto Prefixado, esse tipo de coisa não acontece. Isso porque o seu valor é fixo, independente do que aconteça na economia o seu valor não será alterado.

Tesouro Direto caindo em 2020

Como consequência da variação dessas taxas, o Tesouro Direto está rendendo menos em 2020. Na verdade, esse movimento iniciou em 2019.

A taxa SELIC está no seu menor valor da história, o IPCA também está com valores muito baixos. Então isso acaba impactando na rentabilidade do Tesouro Direto.

E não é apenas o Tesouro Direto que “sofre” com essa situação. Todas as aplicações de renda fixa podem ser impactadas, e a maioria é impactada com isso.

Perdendo dinheiro no Tesouro Direto

Tem como perder dinheiro no Tesouro Direto?

Sim! Tomando decisões erradas.

Perdendo dinheiro no Tesouro Direto

Existem algumas formas de perder dinheiro no Tesouro Direto, mas elas estão relacionadas ao resgate do investimento antes da hora.

Se você resgatar a aplicação muito rápido a partir da data de aplicação então um prejuízo poderá acontecer. Isso porque o valor de venda do título é inferior ao valor de compra dele. Esse ponto já foi abordado anteriormente (spread).

Esse caso é um prejuízo claro, onde o valor de venda é inferior ao de compra. Mas pode acontecer que o valor resgatado seja superior ao investido, só que essa diferença seja baixa.

Por exemplo, se você investiu R$ 100 e resgatou R$ 105 você teve R$ 5 de lucro. Mas e se outra aplicação, com o mesmo risco, teve um lucro de R$ 8? Então apesar de você não ter perdido dinheiro poderia ter ganhado mais.

E é isso que pode acontecer com o resgate antecipado da aplicação. Se você resgatar em um momento ruim pode sacar um valor inferior quando comparado a outras aplicações.

Simulador do Tesouro Direto

Como o Tesouro Direto possui regras bem definidas de cálculo da rentabilidade é possível calcular quanto a aplicação irá render durante o período de investimento.

Para auxiliar nesse cálculo, o Passos da Fortuna tem um simulador exclusivo que pode ser acessado clicando aqui.

No simulador você também consegue conferir de forma rápida e direta quais são as taxas de cada aplicação. Elas são atualizadas constantemente. Assim você sabe quanto que está rendendo o Tesouro Direto hoje, em todas as suas modalidades.

É importante destacar que o cálculo é feito baseado nas taxas atuais da economia e, dependendo das mudanças no futuro, os valores podem ser alterados. Para mais ou para menos.

O simulador é muito interessante porque através dele é possível comparar o valor que as diferentes aplicações vão ter ao final do período de investimento.

O simulador tem outras opções de aplicações além do Tesouro Direto, como CDBs, LCI, LCA,…

Conclusão

O Tesouro Direto claramente está entrando como uma alternativa a poupança, mas é fato que é um pouco mais complexo. Isso não porque ele é complicado e sim porque a poupança é muito simples.

Então é importante entender como funciona o Tesouro Direto e não ser surpreendido. É simples entender, basta dedicar um tempo para compreender o seu funcionamento. E acredite, valerá a pena investir esse tempo e muito!

E você investe no Tesouro Direto? Em qual produto você investe ou quer investir? Conta nos comentários. Ah, se tiver alguma dúvida pode deixar por lá também.

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