O imposto de renda é um desconto obrigatório na maioria dos investimentos. E você deve considerá-lo quando estiver organizando suas aplicações já que o valor descontado é algo relevante.
Tanto as aplicações de renda fixa, quanto as de renda variável devem pagar imposto. Existem, porém, regras diferentes para cada tipo de investimento e existem até investimentos que não precisam pagar imposto de renda.
Então, venha comigo neste artigo que vou te explicar tudo sobre imposto de renda, como calcular e uma forma simples de saber qual será o resultado líquido do seu investimento.
Conteúdo deste artigo
Renda fixa
As aplicações de renda fixa (exceto fundos de investimento) sempre pagam o imposto de renda no momento do resgate. E a alíquota do imposto segue a chamada tabela regressiva.
Basicamente, na tabela regressiva quanto mais tempo você deixar a aplicação rendendo, menor será a alíquota.
O imposto de renda sempre incide sobre o valor que a aplicação rendeu durante o período. Por exemplo, se você investiu R$ 1.000 e resgatou R$ 1.200 bruto, o cálculo do imposto é feito apenas os R$ 200 que a aplicação rendeu.
A alíquota do imposto de renda varia de 22,5% a 15%, seguindo a seguinte regra:
- De 0 a 180 dias: 22,5%
- De 181 a 360 dias: 20%
- De 361 a 720 dias: 17,5%
- A partir de 721 dias: 15%
Ainda no exemplo anterior, se a aplicação tivesse sido resgatada em 200 dias então a alíquota será de 20%. Nesse caso, o valor do imposto é de R$ 40. Em contrapartida, se tivesse sido resgatada em 800 dias, a alíquota será de 15%; ou seja, R$ 30 de imposto.
Pode ficar tranquilo, você não precisa fazer esse cálculo ao resgatar o seu investimento. A própria corretora irá fazer esse cálculo para você, vai reter o valor do resgate e vai te disponibilizar o valor já com os descontos.
De qualquer forma é importante você saber essa informação para planejar bem os seus planos. Afinal, se você está investindo para ter uma quantia no futuro você deve considerar o valor líquido e não o bruto.
Exemplo prático
No momento que estou escrevendo este artigo, o CDI está valendo 1,9% ao ano. Então, se investirmos R$ 1.000 em um CDB que paga 100% do CDI ao final de 400 dias teremos R$ 1.020,60 bruto.
Durante este período, a aplicação rendeu R$ 20,60. Seguindo a tabela regressiva, a alíquota é de 17,5%. Então, o imposto é 17,5% sobre R$ 20,60, ou seja, R$ 3,61.
Dessa forma, a aplicação terá o valor líquido de R$ 1.016,99.
Achou muito complicado? Tenho uma boa notícia para você então.
O simulador de investimentos da renda fixa do Passos da Fortuna, faz todos esses cálculos para você automaticamente.
Simulei exatamente esse caso que citei e veja que os resultados são calculados automaticamente e na hora.
Além disso, o simulador também calcula a rentabilidade líquida da aplicação e a rentabilidade real. Então, acesse agora aqui e faça suas simulações.
Perceba também, que apesar da aplicação ter rentabilidade de 1,9% ao ano, depois dos descontos a rentabilidade líquida cai para 1,55%.
Nem todas as aplicações pagam imposto de renda
Apesar da maioria das aplicações de renda fixa pagarem imposto de renda, existem exceções. São as LCIs e LCAs, esses tipos de aplicações são completamente isentas de imposto de renda.
LCIs e LCAs são aplicações que tem os seus valores direcionados ao mercado imobiliário e do agronegócio, respectivamente. E para incentivar esses mercados existe essa isenção.
Em geral, LCIs e LCAs são aplicações de longo prazo e algumas tem a rentabilidade inferior ao que o mercado pratica para o CDB.
E sabe qual é a boa notícia, é que o simulador também calcula essas aplicações. Veja o resultado usando o mesmo exemplo anterior:
Perceba que os descontos estão zerados e o valor líquido e igual ao valor bruto da aplicação.
Renda variável
As operações na renda variável (exceto fundos de investimento) também devem pagar imposto de renda, mas seguem regras diferentes da renda fixa.
A primeira regra é a seguinte: apenas as operações que tiverem lucro devem pagar imposto de renda. Se você fez uma operação e perdeu dinheiro, não deve imposto de renda.
Além disso, você pode compensar os prejuízos com os lucros. Se em uma operação você teve prejuízo, você pode compensar esse prejuízo em uma outra operação que teve lucro e pagar apenas a diferença do imposto (se existir).
A alíquota do imposto varia de acordo com o tipo de operação que você fizer:
- Day trade: 20%
- Swing trade: 15%
Ou seja, as operações que durarem mais de 1 dia devem pagar 20% de alíquota. Já as operações que começam e terminam no mesmo dia devem pagar 15% de imposto.
Além disso, da mesma forma que acontece com a renda fixa, o imposto de renda incide apenas sobre o lucro.
Por exemplo, se você comprou uma ação por R$ 10 e depois de alguns dias vendeu por R$ 15 você deve pagar imposto de renda. Como a operação foi de swing trade, o imposto é de 15% sobre os R$ 5 de lucro. Ou seja, R$ 0,75 de imposto de renda.
Agora, em outro exemplo, se você fez uma operação e teve prejuízo de R$ 10 e em outra operação teve lucro de R$ 15; então você deve pagar o imposto sobre R$ 5. Isso porque você pode compensar o prejuízo no lucro.
Vale destacar que essa compensação só pode acontecer com operações do mesmo tipo: swing trade com swing trade e day trade com day trade. Você não pode compensar um prejuízo no day trade com lucro no swing trade e vice-versa…
Isenção
Existe uma regra que você pode aproveitar para não precisar pagar imposto de renda em algumas operações específicas.
Se você vender até R$ 20.000 de ações no mês, você não precisa pagar imposto de renda. Mas atenção, essa regra vale única e exclusivamente para ações, não vale para FIIs, por exemplo.
Além disso, se você vender R$ 20.000,01 de ações em um único mês você deverá pagar imposto sobre todo o valor negociado. Por isso, atenção.
Proventos
Quando você compra ações, fundos de investimento imobiliário e outros, você pode receber proventos. Atualmente no Brasil, os proventos são livres de imposto de renda.
Existe uma nova regra que pode entrar em vigor que irá cobrar imposto sobre os proventos. Mas por enquanto é isento.
Fundos de investimento imobiliário não pagam imposto de renda?
Uma dúvida muito frequente é a seguinte: os fundos de investimento imobiliário (FIIs) têm a fama de pagar proventos mensais aos seus acionistas.
Esses proventos são basicamente alugueis que os locatários dos imóveis administrados pelo fundo pagam e são revertidos para os acionistas.
Como esses alugueis são pagos em forma de proventos, não existe cobrança de imposto de renda. E esse é um ponto que é colocado como vantagem dos FIIs sobre imóveis físicos, já que os proprietários de imóveis físicos devem pagar imposto de renda deste aluguel.
Até aqui, tudo bem. Mas acontece que muitos se confundem achando que ao vender um FII com lucro não deve pagar imposto de renda.
O FII é um produto da renda variável e, como tal, deve pagar imposto de renda quando é vendido com lucro. Por isso não se confunda, os proventos são isentos de imposto, mas vender o FII com lucro não.
Imposto de renda nos fundos de investimento
Você deve ter percebido que sempre falei que os fundos de investimento tem exceções certo?
Pois é, os fundos de investimento (tanto de renda fixa como de renda variável) tem o chamado come-cotas: duas vezes por ano, o valor do imposto de renda é descontado da aplicação.
O come-cotas acontece no final de maio e final de novembro. Ele desconta a alíquota de 15% para fundos de longo prazo e 20% para fundos de curto prazo sobre o lucro da aplicação.
Quando você fizer o resgate do fundo, o valor restante referente ao imposto de renda será retido pela corretora e você receberá apenas o valor líquido.
O come-cotas atrapalha um pouco a rentabilidade dos fundos de investimento, já que ele tira parte dos valores que poderiam ser usados para rentabilizar mais a aplicação.
Vale citar também, que os fundos de investimento multimercado ou de renda variável podem ter rentabilidade negativa. Nesse caso, o imposto de renda é zerado.
Ah, e não confunda o fundo de investimento com o fundo de investimento imobiliário. O fundo de investimento imobiliário é um produto da renda variável e eu já expliquei o seu funcionamento acima.
Conclusão
É muito importante entender como funcionam os investimentos em geral e principalmente aqueles que você investe (ou pensa em investir). Então você precisa necessariamente saber como funciona a cobrança de imposto para não ter supresas.
O cálculo não é complicado, mas é importante prestar atenção. Além disso, não se esqueça de usar o nosso simulador para não precisar fazer essas contas na mão.
Por hoje é isso. Mas deixa aí nos comentários o que você acha desse tipo de cobrança de imposto. É justo ou não.
E também dá uma olhada mais para baixo que tem algumas outras sugestões de artigos que vão te ajudar muito.
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