A renda fixa é uma modalidade de investimentos extremamente popular principalmente no Brasil pela sua segurança. Mas com os últimos acontecimentos, ela ainda vale a pena?

Nos últimos anos, os investidores viram sua rentabilidade na renda fixa despencar. Tudo graças à nossa taxa básica de juros, que está na sua mínima histórica.

Diante de tantas mudanças na economia, muitos já dizem que os tempos da renda fixa acabaram, e que o investidor deve procurar alternativas.

Será isso verdade? Vamos ver tudo isso ao longo deste artigo, venha comigo…

Guia Definitivo da Renda Fixa

O que é renda fixa?

O nome por si só é autoexplicativo. Se refere a investimentos em que você consegue uma rentabilidade “garantida” quando for resgatar o dinheiro, no vencimento do título.

É a opção para quem é mais conservador, e não quer se arriscar com o mercado de renda variável, mas que deseja uma rentabilidade de seu dinheiro acrescida de juros.

Basicamente os investimentos da renda fixa têm uma rentabilidade garantida e, em muitos casos, você sabe exatamente quanto vai resgatar na data de vencimento.

Renda fixa, o que é? Em 2020 ainda vale a pena? Use o simulador...

Dessa forma, diferente da renda variável, não existe possibilidade de perder dinheiro já que a rentabilidade sempre é positiva. Entretanto, a renda variável tem possibilidade ilimitada de ganho, enquanto a renda fixa é limitada.

Se você quer menos riscos, você deve limitar a sua possibilidade de ganhos e é para isso que existe a renda fixa.

Tipos de renda fixa

Há três tipos principais de investimento: prefixado, pós fixado e misto.

O prefixado é quando, no início do investimento, as partes acordam exatamente qual é o valor que investidor será rentabilizado.

Por exemplo, podemos definir que o investimento X irá render 7% ao ano; assim se investirmos R$ 1.000,00 depois de um ano esse valor terá se transformado em R$ 1.070,00. Esse valor se transforma em R$ 1.144,90 ao final do segundo ano e assim por diante.

Os investimentos pós-fixados também são definidos no início do investimento, porém usam algum indicador que pode mudar ao longo do período investido.

Dois indicadores muito utilizados são a taxa SELIC e o CDI. Então vamos supor que o investimento Y irá render o valor do CDI e iremos investir R$ 1.000,00. No primeiro ano a taxa está definida em 7% então o valor inicial irá se transformar em R$ 1.070,00 ao final do primeiro ano.

Já no ano seguinte a taxa passou para 7,5%, então ao no final deste período teremos o valor de R$ 1.150,25 e assim por diante. Nesse caso, o investimento pós-fixado levou vantagem sobre a prefixada porque o CDI aumentou no período. Se ele tivesse diminuído, a prefixada levaria vantagem.

Por fim o investimento misto é aquele que mistura o prefixado com o pós-fixado. Um investimento misto possui uma definição de rentabilidade semelhante a isso: SELIC + 5,5%.

Ou seja, é um indicador somado a um valor fixo; se a SELIC for de 6,5% então esse investimento irá render 12% ao ano (6,5% + 5,5%). Conforme a taxa varia durante o período o valor total da rentabilidade também varia, sempre respeitando a regra que foi definida no início do investimento.

Você notou que independente da forma que a rentabilidade é calculada, o retorno do investimento é sempre positivo? Ele pode ser maior ou menor, mas sempre positivo.

Exemplos de investimentos da renda fixa

Veja a seguir alguns exemplos de renda fixa e como eles funcionam.

Tesouro Direto

Tipos de renda fixa

Essa é a modalidade da renda fixa que foi extensamente procurada pelos brasileiros, principalmente em meados de 2015 a 2016, quando a taxa SELIC chegou no maior patamar histórico de 14% ao ano.

O Tesouro Direto é um programa criado pelo Tesouro Nacional em 2002, onde qualquer pessoa física consegue fazer seus investimentos por comprar títulos públicos.

Se você adquire estes títulos, está na verdade emprestando seu dinheiro para o governo, esperando que o valor emprestado seja devolvido com acréscimo de juros.

Podemos dizer que é a porta de entrada para os investidores iniciantes, pois alguns títulos do Tesouro podem ser adquiridos com apenas R$ 30,00.

Dos títulos mais buscados, destacam-se o Tesouro SELIC que, como o nome já diz, está atrelado a taxa básica de juros. O grande diferencial dele é que possui liquidez diária, podendo ser resgatado a qualquer momento sem perder a rentabilidade durante o tempo em que o dinheiro ficou aplicado.

Os outros papéis podem pagar a rentabilidade fixa ou indexada somente no dia do resgate, como o Tesouro Direto Prefixado, ou através de juros semestrais, como o Tesouro Direto IPCA com pagamento de juros semestrais.

Você pode resgatar o dinheiro a qualquer momento, mas como são títulos em que há oscilação de juros, corre o risco de não ganhar todo o rendimento esperado ou ganhar além do esperado.

CDB

CDBs são bem parecidos com o Tesouro Direto, a diferença aqui é que no Tesouro Direto você empresta dinheiro para o Governo. Já no caso do CDB, você empresta dinheiro para um banco.

Como cada banco emite seus papéis, cada um tem a sua própria regra. Então eles definem qual é o prazo da aplicação, qual é a regra de rentabilidade além de qual é sua a liquidez.

Por isso, muita atenção às regras quando for emitir em um CDB. Se você precisar do dinheiro em qualquer momento, procure por aplicações com liquidez diária.

LCI e LCA

CDB

Aqui vai uma curiosidade interessante para você.

Durante as cruzadas, alguns nobres e outras pessoas que possuíam tesouros e queriam peregrinar para a Terra Santa, mas não tinham condições de levar suas riquezas, procuravam por membros da Ordem dos Templários e confiavam a eles suas posses.

Eles recebiam uma “letra” e, quando chegavam a Jerusalém, conseguiam resgatar o valor proporcional de sua riqueza apresentando o comprovante dado pela Ordem.

A ideia é muito parecida quando se fala em Letras de Crédito Imobiliário (LCI) ou do Agronegócio (LCA). Enquanto o primeiro se trata de um título emitido para levantar fundos a serem investidos em negócios imobiliários, o segundo é voltado para o agronegócio.

Eles são parecidos com os títulos do Tesouro Direto, pois também podem ser pré-fixados, bem como pós-fixados, atrelado a um índice específico. Neste último, geralmente se usa o CDI como indexador principal ou o IPCA.

Uma das principais diferenças entre as Letras de Crédito e o Tesouro Direto é que os títulos são emitidos por entidades privadas, como bancos e instituições financeiras. E além disto, o que mais atrai os investidores para as LCIs e LCAs é que ambos são isentos de imposto de renda.

Porém, existe um problema relacionado com a liquidez destes títulos. As Letras de Crédito devem ter um período mínimo de investimento, que varia de acordo com a natureza dos títulos.

Por exemplo, no caso dos pré-fixados, o tempo mínimo de investimento é de 90 dias. Já em casos de LCIs ou LCAs atreladas a algum índice, este período mínimo pode ser de 12 a 36 meses. 

Por isso, faça bastante pesquisas e se planeje bem, caso esteja pensando em investir nessa modalidade de renda fixa.

Riscos

A renda fixa não é isenta de riscos. Apesar de você ter uma rentabilidade positiva definida, alguém vai te pagar por essa rentabilidade certo? No caso do Tesouro Direto é o Governo, no caso do CDB é o banco e assim vai…

E se o responsável quebrar? Este é o risco da renda fixa.

Se você fizer um CDB e o banco para quem você emprestou o dinheiro quebrar, em teoria você perdeu todo o investimento.

Por isso o Tesouro Direto é o mais seguro do país, porque quem vai te pagar é o Governo. E o Governo é a última instituição do país a quebrar se um desastre acontecer.

Mas fique calmo, provavelmente você percebeu que eu disse que se a instituição responsável pelo investimento quebrar, em teoria você perderia o investimento né?

Riscos da renda fixa

Justamente pensando nesse tipo de situação é que foi criado o FGC.

Fundo Garantidor de Créditos

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma associação criada em 1995 para proteger os investidores em algumas aplicações específicas. A ideia é que se algo acontecer com a instituição responsável pela aplicação e o valor investido seja “perdido”, o FGC devolva o valor ao investidor.

Nos CDBs, por exemplo, a instituição responsável é um banco que está sujeita a falência. Se essa aplicação estiver protegida pelo FGC e a instituição financeira falir, o valor investido com os rendimentos será devolvido pelo FGC ao investidor.

Entretanto esse é um processo burocrático e não existe prazo para que a devolução do valor seja feito.

Assim, antes de investir em qualquer aplicação de renda fixa é importante você se certificar que ela está protegida pelo FGC. Você também deve se atentar que o limite coberto é de R$ 250.000,00 por CPF por instituição financeira.

Se você tiver dois CDBs, em instituições bancárias diferentes, cada um com R$ 200.000,00 então você está totalmente protegido. Mas se você tiver os mesmos R$ 400.000,00 em apenas uma instituição você estará protegido em até R$ 250.000,00.

Algumas aplicações cobertas pelo FGC são CDB, LCI, LCA, LC, poupança, entre outros. Mesmo assim é importante garantir que instituição responsável pela aplicação e a aplicação está associada ao FGC.

Vantagens e desvantagens da renda fixa

No mundo dos investimentos, sempre que você se arrisca mais tem mais chance de ganhar dinheiro. E o oposto da renda fixa é a renda variável. Cada um com suas vantagens e desvantagens.

A grande vantagem da renda fixa, é que você tem a rentabilidade garantida. Independente do que acontecer com a economia, a regra combinada no início da aplicação será respeitada.

Isso vale tanto para o bem, quanto para o mal.

No momento atual da nossa economia, estamos na mínima histórica da SELIC. Assim, os investimentos de renda fixa pós-fixados ou mistos estão rendendo menos. Já que é a SELIC que comanda todos os outros indicadores financeiros.

Entretanto, mesmo com a taxa SELIC baixa, ela ainda garante que a rentabilidade da renda fixa seja positiva. Com a pandemia da Covid-19, a renda variável despencou em 2020.

Até setembro de 2020, o Ibovespa acumulado do ano foi de -18,2%; já o CDI acumulado foi de 2,3%. A renda fixa está baixa, é verdade, mas rendeu 2,3% enquanto a renda variável foi negativa!

Neste exemplo usei o Ibovespa como benchmark da renda variável e o CDI como benchmark da renda fixa.

Mas tudo é uma questão de oportunidade. Em 2019, o Ibovespa rendeu 31,58%; enquanto o CDI rendeu 5,95%. Assim, em 2019 valeu muito mais a pena investir na renda variável. Já em 2020, a situação foi um pouco diferente…

Simulador de renda fixa

Aqui, no Passos da Fortuna, tem um simulador exclusivo de renda fixa. Ele é gratuito e te dá os resultados na hora.

Você pode simular aplicações no Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA, LC e poupança. Você pode simular tanto investimentos com um único aporte ou com aportes mensais.

Simulador de renda fixa

Então não perca tempo e acesse agora mesmo.

Ainda vale a pena investir em renda fixa?

A resposta para essa pergunta é: depende!

São três fatores que você deve levar em consideração quando se trata de investir ou não em renda fixa. São eles:

  • Inflação: mesmo que a taxa SELIC volte a subir, acompanhada de uma alta da inflação, o retorno real de seus investimentos será muito menor, ou até mesmo negativo.
  • Investimento: grandes bancos e instituições costumam cobrar taxa de administração para alguns títulos de renda fixa. Se caso ela seja de 1% ao ano, até mesmo a poupança acaba tendo uma rentabilidade melhor do que estas aplicações.
  • Diversificação: se você tem ou planeja ter uma carteira de investimentos, saiba que a renda fixa pode ser um trunfo para preservar seu patrimônio. No entanto, saiba que diversificar em outras modalidades é importante para conseguir uma rentabilidade maior, que talvez não seja possível apenas com a renda fixa.

É fato que atualmente a renda fixa não está atraente para aqueles que estão atrás de rentabilidade. Mas ainda é possível encontrar aplicações interessantes, principalmente aquelas com data de vencimento mais longas.

Mesmo para aplicações mais curtas, ela ainda é útil. Para as pessoas que estão montando a sua reserva de emergência, por exemplo, é obrigatório usar a renda fixa.

Bônus

Quero te passar uma oportunidade (algumas na verdade), se você quer entender mais sobre renda fixa e investimentos no geral eu tenho alguns conteúdos gratuitos que vão te ajudar muito.

O primeiro é esse site! O Passos da Fortuna tem uma seção inteira dedicada aos investimentos de renda fixa e renda variável. Você pode conferir na página inicial do site e na página de categoria de investimentos. São conteúdos muito completos, completamente de graça.

Outra fonte de aprendizado gratuita, é o e-book Guia Definitivo da Renda Fixa. Nele explico tudo sobre o que é a renda fixa com os principais investimentos e suas características. Você pode clicar aqui para acessar agora e baixar.

Agora, se você prefere vídeos, dá uma olhada no nosso canal no YouTube. Já tem vários conteúdos por lá e continuo postando constantemente novos vídeos.

Por fim, quero que você também conheça o curso Segredo dos Investimentos. Nele, o autor explica absolutamente tudo sobre investimentos, da renda fixa até a renda variável passando até pelo seu comportamental.

São muitos e muitos conteúdos. Se tiver dúvidas, os depoimentos dos alunos estão na página do curso. Depois que você ler o que tem lá, sei que vai querer comprar. Ah, e o preço do curso está em promoção, mas não sei por quanto tempo. Então, confere aqui agora.

Conclusão

A renda fixa é muito familiar ao brasileiro. Isso acontece por conta da segurança e do nosso histórico de altas taxas de juros. Como a taxa SELIC está na mínima histórica, os investidores perceberam que a renda fixa não é tão perfeita assim.

Existem sim alternativas, mas a renda fixa não pode ser eliminada dos seus planos. Ela tem sim a sua utilidade e não se iluda com as promessas da renda variável: você pode ganhar muito dinheiro, mas pode perder também.

Independentemente de quais sejam seus objetivos, é preciso muita pesquisa e planejamento quando se fala em investir. Mas saiba que, sem dúvida, a renda fixa terá um papel importante nos seus investimentos, você terá que equilibrar entre renda fixa e variável de acordo com seus objetivos e riscos.

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