Liquidez é um termo muito utilizado no meio financeiro. Saber entendê-lo é essencial para escolher seu investimento corretamente. Escolher errado pode te fazer perder muito dinheiro.

Todos os investimentos de renda fixa têm uma liquidez definida antes do aporte ser feito. Ela não muda ao longo do investimento, por isso é importante saber o que se busca antes de iniciar o investimento. Mas não engane-se, os ativos de renda variável também têm liquidez.

Alguns investimentos, porém, têm uma regra de liquidez dinâmica. Entenda, entretanto, que a regra foi definida antes do investimento ser feito. Ela mudou ao longo do investimento, mas usando uma regra definida antes.

Guia Definitivo da Renda Fixa

O que é liquidez

Liquidez é a capacidade de converter o investimento em dinheiro. Um investimento tem alta liquidez quando você tem facilidade em resgatar esse investimento a qualquer momento sem perder dinheiro.

Já um investimento com baixa liquidez é quando você tem dificuldade em sacá-lo. Nesse sentido, você pode perder parte do dinheiro ou até estar impossibilitado de fazer essa operação.

Liquidez: o que é? Alta, diária, no vencimento, híbrida...

Alguns investimentos com baixa liquidez não podem ser resgatado sem perder o valor que rentabilizaram no período. Claro que as regras dependem do investimento, mas é possível isso acontecer.

Tipos principais

Quando falamos de investimentos existem três principais tipos de liquidez: diária, no vencimento e uma mistura delas.

A liquidez diária garante ao investidor que ele pode resgatar o seu investimento a qualquer momento e 100% do valor investido e rentabilizado será disponibilizado (claro, depois de descontar os impostos e taxas).

Ela é chamada de diária porque diariamente fica disponível ao investidor. Assim, o investidor não tem a preocupação de perder nenhum centavo durante o resgate. Também pode ser chamada de liquidez alta.

Já a liquidez no vencimento garante 100% do valor investido acrescido da rentabilidade apenas no vencimento da aplicação. Se o investidor quiser resgatar o investimento antes ele deverá abrir mão de uma parte do valor, ou talvez sequer conseguirá fazer o resgate antecipado.

Por fim, a liquidez híbrida tem uma regra dinâmica. Ela geralmente segue o seguinte raciocínio: durante os x primeiros dias você não pode sacar a aplicação, depois deste período ela torna-se diária.

É claro que podem existir outras lógicas, mas essa é a mais comum.

Agora, porque você escolheria liquidez no vencimento quando existe a diária? E a resposta é… A rentabilidade!

Rentabilidade

Investimentos com rentabilidade maior geralmente têm liquidez no vencimento. Já as aplicações com liquidez diária têm rentabilidade menor.

Veja o caso do Tesouro Direto: apenas o Tesouro Direto SELIC tem liquidez diária, justamente a modalidade que tem menor rentabilidade. Já as outras modalidades garantem a rentabilidade apenas no vencimento (portanto, liquidez no vencimento) e têm maior rentabilidade.

É verdade que o Tesouro Direto tem umas regras diferentes para a venda antecipada, mas neste caso usei este exemplo para facilitar o entendimento. Outras aplicações também funcionam assim, como, por exemplo, o CDB.

Alguns LCIs e LCAs implementam o formato híbrido. É importante ver muito bem todas as características da aplicação antes de iniciar o investimento.

O que é liquidez

Renda variável

Na renda variável a liquidez é um pouco diferente da renda fixa. Enquanto na renda fixa ela é definida pelos administradores da aplicação, na renda variável ela é definida pelo próprio mercado.

Uma ação, FII ou qualquer outro ativo dentro da bolsa de valores é negociado dentro do próprio mercado. Ou seja, você só vai conseguir vender algo se alguém estiver disposto a comprar, e vice-versa.

Então, dentro da renda variável, um ativo tem liquidez alta se existem várias pessoas dispostas a negociá-lo.

Ela será baixa se forem poucas pessoas dispostas a negociar o ativo. Pode acontecer até de não existir nenhuma pessoa disposta a negociá-lo.

É importante destacar que comportamento passado não é garantia de comportamento futuro, mas é muito provável que se mantenha. E, se por acaso mudar, será gradual. Por isso é importante acompanhar sempre seus investimentos.

Prazo de resgate

Além da liquidez, os investimentos também têm um prazo de resgate. O prazo de resgate nada mais que o prazo que demorará para você ter o dinheiro na conta, depois de ter feito o pedido de resgate.

Geralmente aplicações com liquidez diária têm um prazo de resgate relativamente curto. O prazo de resgate é definido da seguinte forma: D + x, sendo x um número.

Se o prazo de resgate de uma aplicação é D + 1, quer dizer que o valor do resgate estará disponível para você em 1 dia útil (no dia útil seguinte ao pedido de resgate).

O prazo de resgate D + 0 é quando o valor estará disponível no mesmo dia de resgate. Em alguns casos, também existe o prazo de resgate imediato, que é quando o resgate estará disponível imediatamente após o pedido de resgate.

E assim vai, alguns fundos de investimento, por exemplo, têm prazo de D + 30. Ou seja, será pago em até 30 dias úteis após o pedido de resgate. Podem existir prazos até maiores.

Prazo de resgate

A bolsa de valores de São Paulo, tem o prazo de D + 2. Em outras palavras, depois de negociado o ativo, o valor será pago ao vendedor em 2 dias úteis. Da mesma forma, o valor será debitado do comprador em 2 dias úteis também.

Como escolher a liquidez certa?

Para escolher a liquidez certa você precisa responder uma pergunta:

Quando vou precisar desse dinheiro?

Se você precisar do dinheiro a qualquer momento então você precisa escolher uma aplicação com liquidez diária e um prazo de resgate baixo. Mas fique ciente que a rentabilidade dessa aplicação também será mais baixa. Esse é o caso das aplicações para formar a sua reserva de emergência.

Nesses casos, você consegue encontrar aplicações nessas condições que rendem 100% do CDI. E são essas as aplicações que você deve buscar.

Agora, se você precisar do dinheiro mais no médio prazo, você pode ir atrás de uma aplicação com liquidez hibrida. Existem aplicações que têm um rendimento maior, com liquidez diária a partir de 90 dias.

Ou seja, depois dos três meses iniciais você pode resgatar a aplicação, mas antes disso estará impossibilitado.

Simulador de investimentos

Por fim, se você não precisa do dinheiro e quer investir então busque por investimentos com liquidez no vencimento. Nesse caso, você pode procurar por aplicações com vencimentos de 3, 4, 5 anos. Elas vão te pagar uma rentabilidade superior, mas você não pode contar com o dinheiro antes do vencimento.

Outras aplicações de liquidez

Este conceito não se restringe aos investimentos financeiros. Ele pode ser aplicado em outras situações. Basicamente, qualquer ativo ter este conceito associado.

Veja, por exemplo, imóveis. Muitas pessoas o consideram investimento enquanto outras não pensam assim, mas essa não é a discussão aqui. O fato é que, em geral, os imóveis aumentam de valor ao longo do tempo; por isso, ele é um ativo.

Bem, a ideia de liquidez é converter o ativo em dinheiro. Então, qual é a liquidez do imóvel?

Em geral, ela é baixa! Por quê?

Liquidez: o que é? E como escolher a certa para cada caso?

Qual é facilidade em vender um imóvel? Baixa, certo?

Existem alguns passos que devem ser seguidos para vender um imóvel:

  • Contactar um corretor
  • Marcar visitas
  • Encontrar um comprador
  • Receber uma proposta
  • Aceitar uma proposta
  • Aprovar a documentação do comprador
  • Aprovar financiamento do comprador (se ele for financiar)
  • Fazer a documentação de venda
  • Assinar a documentação
  • Entregar a chave

E ainda, dependendo do caso, podem ter outros passos. Cada um deles leva tempo e, o pior, se tiver problema em algum deles o processo é finalizado e é necessário recomeçar para encontrar um novo interessado.

Então é claro que leva tempo certo? Por isso a liquidez é baixa: é demorado e difícil converter um imóvel em dinheiro. Além disso, se você quiser vender mais rápido deverá diminuir o preço do imóvel.

Todas essas características mostram que o imóvel é um ativo com baixa liquidez. Por isso, muitas pessoas acabam optando por investir em imóveis através dos Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs): eles tem um liquidez bem maior quando comparado ao imóveis.

Passivos

É comum também as pessoas atribuírem liquidez a passivos, ao invés de ativos. Por exemplo, carros também podem ter uma liquidez associada. Ela não é tão aplicada nesse caso porque o carro é um passivo, que por si só já perde valor ao longo do tempo.

Se estendemos o entendimento, porém, é possível aplicar o conceito. A liquidez de um carro é baixa, por exemplo, uma vez que vende-lo é complicado. É verdade que não é tão complicado comparado a um imóvel, mas não é simples.

Liquidez em passivos

Outros passivos e ativos podem ser mais fáceis de vender e então têm um liquidez mais alta. No fim, este conceito pode ser aplicado para várias coisas.

Conclusão

Liquidez é um dos conceitos mais básicos e mais necessários de conhecer bem quando falamos de investimentos.

Por isso é muito importante saber quais são as regras de cada aplicação de renda fixa. Se você ignorar essa informação e ela não estiver de acordo com o seu planejamento você pode perder dinheiro por um simples deslize.

Já na renda variável, é muito importante conhecer o ativo de seu interesse e saber como o mercado costuma negociá-lo. É claro que isso não garante que no futuro permanecerá assim, porém é muito provável que se mantenha.

Então, reveja seus investimentos. E nas aplicações futuras tenha isso sempre em mente!

Junte-se ao grupo VIP Informe seu e-mail e receba conteúdos exclusivos com prioridade
100% livre de spam

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário

*

Seja o primeiro a comentar!